OSX e Fosfateira
fogem do debate
Servidor do ICMBio proibido de participarO III Seminário Interuniversitário iniciado hoje (13.10) no auditório da reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis-SC, foi marcado pela ausência dos dirigentes do Estaleiro OSX e da empresa fosfateira de Anitápolis, temas centrais do evento, além do representante da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Alcantaro Corrêa, e do analista ambiental Apoena Figueirôa, do ICMBio em Santa Catarina.
Os empresários e o dirigente da Fiesc deveriam ter participado da primeira mesa do seminário, aberto às 19 horas com a presença do vice-reitor da UFSC, Carlos Alberto Justo da Silva, e dos representantes da Unisul (Silas M. de Azevedo) e Univali (Alceu de Oliveira Pinto Júnior). O anúncio das ausências foi feito pela professora Vera Lúcia Dias (Udesc), que coordenaria a mesa: os diretores da OSX e da Fosfateira "não quiseram estar presentes", enquanto o presidente da Fiesc cancelou a presença na última hora.
Perante um auditório lotado, o professor Lino Peres, coordenador do seminário, denunciou que o servidor do ICMBio no Estado, Apoena Figueirôa, foi "proibido" pela direção do órgão de participar do evento. "Houve censura", acusou Peres, "pois ele falaria sobre um parecer técnico emitido pelo próprio ICMBio".
A segunda mesa foi composta por representantes de entidades comunitárias, maricultores e ambientalistas de Florianópolis, Biguaçu e Governador Celso Ramos. Todos destacaram os danos que o Estaleiro OSX vai causar à pesca, à maricultura e ao turismo na região. Rosane Cherem Abreu, representando os pescadores de Governador Celso Ramos, denunciou que a área na baía de São Miguel/Baía Norte de Florianópolis onde será dragado o canal, está interditado para a pesca por ser o principal criadouro de camarão da região. "E agora vai ser devastado pelo canal do estaleiro".
Fábio Brognoli, presidente da Federação das Empresas de Aquicultura do Estado, revelou que a partir de 2012 a União Européia poderá iniciar a importação de ostras e mariscos das baías de Florianópolis. "A França está com suas águas comprometidas e a produção de moluscos diminuiu", segundo Brognoli. O anúncio da implantação do Estaleiro OSX lança dúvidas sobre a possibilidade da linha de exportação ser concretizada. "A maricultura gera 3.500 empregos diretos e 13 mil empregos indiretos. Cerca de 60% do movimento de cargas do Aeroporto Hercílio Luz é com o transporte de nossas ostras e mexilhões".
O seminário prossegue amanhã (quinta-feira, 14.10), às 19 horas, no mesmo auditório da reitoria da UFSC, com a participação de representantes da comunidade acadêmica catarinense e da procuradora federal Analúcia Hartmann (confira abaixo a programação completa). No encerramento dos trabalhos devem ser propostas moções de solidariedade com os servidores do ICMBio em Santa Catarina (sobretudo Apoena Figueirôa) e contra o Estaleiro OSX e a Fosfateira de Anitápolis.
Os empresários e o dirigente da Fiesc deveriam ter participado da primeira mesa do seminário, aberto às 19 horas com a presença do vice-reitor da UFSC, Carlos Alberto Justo da Silva, e dos representantes da Unisul (Silas M. de Azevedo) e Univali (Alceu de Oliveira Pinto Júnior). O anúncio das ausências foi feito pela professora Vera Lúcia Dias (Udesc), que coordenaria a mesa: os diretores da OSX e da Fosfateira "não quiseram estar presentes", enquanto o presidente da Fiesc cancelou a presença na última hora.
Perante um auditório lotado, o professor Lino Peres, coordenador do seminário, denunciou que o servidor do ICMBio no Estado, Apoena Figueirôa, foi "proibido" pela direção do órgão de participar do evento. "Houve censura", acusou Peres, "pois ele falaria sobre um parecer técnico emitido pelo próprio ICMBio".
A segunda mesa foi composta por representantes de entidades comunitárias, maricultores e ambientalistas de Florianópolis, Biguaçu e Governador Celso Ramos. Todos destacaram os danos que o Estaleiro OSX vai causar à pesca, à maricultura e ao turismo na região. Rosane Cherem Abreu, representando os pescadores de Governador Celso Ramos, denunciou que a área na baía de São Miguel/Baía Norte de Florianópolis onde será dragado o canal, está interditado para a pesca por ser o principal criadouro de camarão da região. "E agora vai ser devastado pelo canal do estaleiro".
Fábio Brognoli, presidente da Federação das Empresas de Aquicultura do Estado, revelou que a partir de 2012 a União Européia poderá iniciar a importação de ostras e mariscos das baías de Florianópolis. "A França está com suas águas comprometidas e a produção de moluscos diminuiu", segundo Brognoli. O anúncio da implantação do Estaleiro OSX lança dúvidas sobre a possibilidade da linha de exportação ser concretizada. "A maricultura gera 3.500 empregos diretos e 13 mil empregos indiretos. Cerca de 60% do movimento de cargas do Aeroporto Hercílio Luz é com o transporte de nossas ostras e mexilhões".
O seminário prossegue amanhã (quinta-feira, 14.10), às 19 horas, no mesmo auditório da reitoria da UFSC, com a participação de representantes da comunidade acadêmica catarinense e da procuradora federal Analúcia Hartmann (confira abaixo a programação completa). No encerramento dos trabalhos devem ser propostas moções de solidariedade com os servidores do ICMBio em Santa Catarina (sobretudo Apoena Figueirôa) e contra o Estaleiro OSX e a Fosfateira de Anitápolis.
Cientistas denunciam
riscos do Estaleiro OSX
e da mina de fosfato
riscos do Estaleiro OSX
e da mina de fosfato
As conclusões do Seminário Interuniversitário que discutiu a implantação do Estaleiro OSX e da mina de fosfato em Anitápolis, vão ser transformadas em uma "Carta Aberta" à comunidade universitária, como forma de alertar para os danos dos dois empreendimentos. Esta foi uma das decisões tomadas por consenso no final dos trabalhos que tiveram início na quarta-feira (13.10) e terminaram ontem (14.10), realizados no auditório da reitoria da UFSC.
Participaram dos debates do último dia os professores Marcus Polette (Univali), Margarete Pimenta (UFSC), Leopoldo Cavaleri Gerhardinger (UNICAMP), Hoyedo Lins (UFSC) e Raul Burgos (UFSC), sob a coordenação do professor Lino Peres, que apontaram os riscos sociais, econômicos, sociais e ambientais dos dois empreendimentos, sobretudo o Estaleiro OSX.
A "Carta" a ser divulgada na próxima semana terá críticas à posição da reitoria da UFSC, cujo reitor, Álvaro Prata, acompanhou as lideranças políticas de Santa Catarina que foram a Brasília tentar anular o parecer contrário do ICMBio ao Estaleiro da OSX. A presença da fundação Certi, privada, falando em nome da UFSC, também será tema da "Carta". Os integrantes dos poderes Legislativo e Executivo do Estado e dos municípios da região de Florianópolis, receberão oficialmente o documento, assim como o Ministério Público estadual e federal.
Além disso, foram apresentadas três moções. A primeira em solidariedade ao analista ambiental Apoena Figueirôa, do ICMBio em Santa Catarina, exonerado do cargo de chefe da Estação Ecológica de Carijós, por ter sido um dos autores do parecer contrário do órgão ao empreendimento em Biguaçu/Baía Norte de Florianópolis. A segunda é em repúdio à ausência da Fiesc e das empresas responsáveis pelo Estaleiro OSX e a mina de fosfato em Anitápolis, nos debates do Seminário. Por último uma moção de repúdio ao papel desempenhado pela Fundação Certi.
Os representantes dos ministérios públicos estadual e federal não puderam participar do evento por problemas de agenda, mas os dois órgãos vão receber as gravações dos debates e os documentos gerados. Os organizadores do Seminário também pretendem realizar debates em Biguaçu e Governador Celso Ramos. Os detalhes das intervenções no debate de ontem serão abordadas aqui no final de semana.
Participaram dos debates do último dia os professores Marcus Polette (Univali), Margarete Pimenta (UFSC), Leopoldo Cavaleri Gerhardinger (UNICAMP), Hoyedo Lins (UFSC) e Raul Burgos (UFSC), sob a coordenação do professor Lino Peres, que apontaram os riscos sociais, econômicos, sociais e ambientais dos dois empreendimentos, sobretudo o Estaleiro OSX.
A "Carta" a ser divulgada na próxima semana terá críticas à posição da reitoria da UFSC, cujo reitor, Álvaro Prata, acompanhou as lideranças políticas de Santa Catarina que foram a Brasília tentar anular o parecer contrário do ICMBio ao Estaleiro da OSX. A presença da fundação Certi, privada, falando em nome da UFSC, também será tema da "Carta". Os integrantes dos poderes Legislativo e Executivo do Estado e dos municípios da região de Florianópolis, receberão oficialmente o documento, assim como o Ministério Público estadual e federal.
Além disso, foram apresentadas três moções. A primeira em solidariedade ao analista ambiental Apoena Figueirôa, do ICMBio em Santa Catarina, exonerado do cargo de chefe da Estação Ecológica de Carijós, por ter sido um dos autores do parecer contrário do órgão ao empreendimento em Biguaçu/Baía Norte de Florianópolis. A segunda é em repúdio à ausência da Fiesc e das empresas responsáveis pelo Estaleiro OSX e a mina de fosfato em Anitápolis, nos debates do Seminário. Por último uma moção de repúdio ao papel desempenhado pela Fundação Certi.
Os representantes dos ministérios públicos estadual e federal não puderam participar do evento por problemas de agenda, mas os dois órgãos vão receber as gravações dos debates e os documentos gerados. Os organizadores do Seminário também pretendem realizar debates em Biguaçu e Governador Celso Ramos. Os detalhes das intervenções no debate de ontem serão abordadas aqui no final de semana.
Cobertura da
PortoGente
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Por Vera Gaspareto.
Ausência da OSX e Bunge/Yara frustra
participantes de seminário em Santa Catarina
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Universidade pode garantir interesses
da população em projetos polêmicos
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Movimentos populares se mobilizam
contra estaleiro em Biguaçu
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Depoimentos contrários ao
estaleiro da OSX em Biguaçu
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